FPF é contra mudança no calendário

Pressionada pela CBF por conta do novo calendário do futebol brasileiro, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) se vê obrigada a tomar medidas jurídicas para realizar o Campeonato Paranaense de 2014. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o presidente da entidade, Hélio Cury, afirma que precisará recorrer ao Ministério Público para alterar o regulamento do estadual e, consequentemente, não ferir o Estatuto do Torcedor. O ‘homem forte’ do futebol paranaense também lamenta a decisão da Confederação Brasileira, que, segundo Cury, não consultou as federações estaduais para estabelecer o calendário 2014.

“Me estranha essa medida da CBF, pois ela não reuniu em nenhum momento as 27 federações estaduais para auxiliar em relação ao calendário. É uma decisão ditatorial”, afirma o presidente da FPF. Na próxima temporada, o futebol brasileiro retornará aos gramados no dia 12 de janeiro com o início dos estaduais. Mais curtos, os torneios regionais seguem até 13 de abril, dispondo de no máximo 21 rodadas. “Isso nos cria um problema sério, pois contraria o nosso campeonato”, explica Cury.

Atualmente, o Paranaense ocorre em turno e returno (22 jogos). Caso um mesmo clube não seja campeão das duas fases, o estadual é prolongado com duas partidas decisivas, totalizando 24 rodadas. Assim, a competição precisará de uma reformulação em seu formato de disputa para 2014, o que aparentemente é simples. Porém, o Estatuto do Torcedor estabelece que os campeonatos aconteçam por dois anos consecutivos com o mesmo regulamento – caso que não ocorre com o Paranaense. O estadual passou por mudanças no início deste ano.

Diante da situação, os dirigentes da FPF devem se reunir nesta semana com o departamento jurídico da entidade para tomar as medidas cabíveis. “O novo calendário nos obriga a fazer um ajuste. Vamos ao Ministério Público para que possamos alterar o regulamento, já que se trata de um ano diferenciado por conta da Copa do Mundo”, detalha Cury.

Para o presidente da FPF, os mais prejudicados são os times. “Os clubes não terão tempo de preparação. Atlético-PR e Coritiba ainda podem alcançar uma vaga na Libertadores. Como é que eles ficariam?”, questiona.
Apesar das inúmeras reclamações em relação ao novo calendário, a CBF já sinalizou que não fará mudanças. Dessa forma, a maioria dos estaduais, incluindo o Paranaense, terá que sofrer alterações na fórmula de disputa. “O formato ideal é o atual, com os clubes jogando o mesmo número de partidas dentro e fora de casa. Acredito que no próximo ano o Paranaense terá que acontecer em turno único com um hexagonal, por exemplo, para definir o campeão”, opina o observador técnico do Operário Ferroviário, Tico.

Segundo Hélio Cury, o arbitral do Paranaense 2014 será agendado para o mês de outubro, cabendo aos clubes, em decisão conjunta, definirem o novo formato da competição.

Um movimento composto atualmente por 75 jogadores profissionais das Séries A e B do Brasileiro iniciou nesta semana uma queda de braço com a CBF para mudar o calendário do futebol nacional.Nomes como os de Alex (Coritiba), Rogério (São Paulo), Paulo André (Corinthians), Dida
Insatisfeitos com a proposta da CBF, com início da temporada em 12 de janeiro de 2014, os jogadores pretendem se reunir nos próximos dias, em São Paulo, para discutir sugestões de alteração para o modelo imposto.

O movimento propõe principalmente um ‘enxugamento’ das datas de jogos. A intenção é que os times não joguem mais do que sete partidas a cada 30 dias. Tempo para a pré-temporada e férias dos jogadores são outros dois pontos a serem tratados entre os atletas e a CBF. “A CBF soltou um calendário absurdo que não respeita nem a lei dos 30 dias de férias. Fora as férias, ela não respeita uma lei de preparação dos atletas. Quem está perdendo é o futebol brasileiro. A gente tem conversado para que as pessoas que comandam o futebol nos ouçam. Se não for em 2014, pois a gente entende que tem a Copa do Mundo, que seja em 2015”, declarou o meia Alex, do Coritiba.

A CBF, por meio de sua assessoria de imprensa, já afirmou que não vê margem para mudanças no calendário de 2014 por conta da Copa do Mundo.


Texto: Felipe Gustavo - Jornal da Manhã

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